Fac-símile da nota da Anaids e das redes de PVHA
Extremamente preocupadas com os rumos que o Ministério da Saúde pode tomar com a demissão do ministro Nelson Teich, a Articulação Nacional de Luta contra a Aids (Anaids), a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+ Brasil), o Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas (MNCP), a Rede de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS (RNAJVHA) e a Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans vivendo e convivendo com HIV/Aids (RNTTHP) divulgaram, no início da noite desta sexta-feira (15), nota conjunta relacionada às constantes mudanças na pasta. Em 28 dias Teich foi nomeado e demitiu-se como ministro.
Segundo o documento da Anaids e das redes de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), “causa apreensão o futuro do Brasil e da saúde da população, pois as orientações do presidente da República têm se pautado, unicamente, em critérios político-econômicos, sem base em evidências técnico-científicas”.
Ainda segundo a nota, a emergência da Covid-19 “exige o fortalecimento das políticas públicas de saúde e o compromisso inexorável com a defesa à vida e a construção de uma sociedade mais igualitária e solidária”.
Confira a seguir a nota na íntegra:
Nota Conjunta A saúde pública é o mais importante
O movimento social de luta contra a Aids, aqui representado por: ANAIDS – Articulação Nacional de Luta contra a Aids, RNP+Brasil – Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids, MNCP – Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, RNAJVHA – Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e Aids, RNTTHP – Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans vivendo e convivendo com HIV/Aids, vem a público manifestar preocupação com os rumos da saúde pública no Brasil.
O mundo vive uma das maiores crises sanitárias de nossos tempos e tem construído respostas locais e globais que possam minimizar o impacto da pandemia. No Brasil, a crise tem sido vivenciada em uma conjuntura permeada por narrativas conflitantes e ações federais incipientes, potencializada pelo cenário de flagelo a que estão submetidos brasileiras e brasileiros.
A troca reiterada de ministros da saúde, no País, denota o descaso governamental com a pandemia de Covid-19. Nos causa apreensão o futuro do Brasil e da saúde da população, pois as orientações do presidente da República têm se pautado, unicamente, em critérios político-econômicos, sem base em evidências técnico-científicas.
Entendemos que a postura apresentada pelo dignitário máximo da Nação tem sido equivocada, à medida que se distancia das orientações da OMS – Organização Mundial da Saúde, e esperamos que o novo gestor da saúde nacional aponte políticas alinhadas com diretrizes incorporadas mundialmente, priorizando a vida de todas as suas cidadãs e de todos os seus cidadãos.
Almejamos que as ações do próximo ministro da Saúde se pautem em critérios técnicos, baseados em evidências científicas, valorizando o SUS – Sistema Único de Saúde, com políticas sintonizadas com os Direitos Humanos e com o enfrentamento das violências estruturais e as desigualdades sociais.
A pandemia de Covid-19 exige o fortalecimento das políticas públicas de saúde e o compromisso inexorável com a defesa à vida e a construção de uma sociedade mais igualitária e solidária.
Uma saúde pública se faz com políticas que respeitem a vida. A vida de cada pessoa é importante.
Brasília, 15 de maio de 2020.
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