Ativistas denunciam fechamento de serviços de HIV/AIDS no Rio de Janeiro

Cartaz no serviço de saúde de Campos (RJ)

Ativistas do Rio denunciam, desde ontem (15/5), o fechamento de pelo menos duas unidades de tratamento de pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) no estado fluminense.

Anselmo Almeida, coordenador da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS no Rio de Janeiro (RJ), afirma, inclusive com fotos e um vídeo, que no serviço de HIV/aids de Campos dos Goytacazes, uma paciente com aids “não está conseguindo atendimento mesmo apresentando quadros clínicos que podem resultar no agravamento de seu estado de saúde”.

Segundo Almeida, o serviço de saúde do município do norte fluminense atende a pacientes de diversos outros municípios da região. O vídeo divulgado pela RNP+RJ é de um enfermeiro que levou a paciente ao serviço de saúde e lhe foi negado atendimento. Nele, o enfermeiro diz que ela não está se adaptando aos medicamentos e pode desenvolver aids.

Na denúncia, a RNP+RJ solicita que os municípios “cumpram o ofício-circular 08/2020, do Ministério da Saúde, para a dispensação de medicamentos antirretrovirais para até 3 meses e orienta sobre a garantia e manutenção do acesso aos cuidados de saúde dos usuários, priorizando o atendimento de pessoas com imunossupressão”.

Piedade
Ativista militante na causa do HIV/aids no Rio há 23 anos, a advogada e mestre em saúde coletiva Regina Bueno denuncia a intenção da direção do Hospital Municipal da Piedade, bairro da zona norte carioca, em fechar o ambulatório e o setor de internações da unidade. “São 6 leitos de enfermaria e 4 de isolamento reservados para PVHA”.

Na denúncia, a advogada afirma que a direção do hospital tentou fazer o mesmo, em dezembro do ano passado. Segundo ela, o programa de HIV/aids do hospital seria descontinuado completamente, prejudicando o tratamento de 373 PVHA em atendimento atualmente na unidade.

Outro lado
Saúde Pulsando ligou, às 17h25 e às 17h28, para o número de celular “institucional” do Programa de DST/aids e hepatites virais de Campos dos Goytacazes, disponível no site da prefeitura. Ninguém atendeu a ligação. Ao tentar enviar mensagem via WhasApp, o aplicativo sugere que o número seja convidado a baixar o aplicativo.

A assessoria de imprensa da prefeitura do Rio também foi contatada e a denúncia da unidade da Piedade enviada por e-mail. Até o fechamento desta reportagem não havíamos obtido resposta.

No início da noite, Regina Bueno informou que o Dr. Sérgio Adeodato, diretor do Hospital Municipal da Piedade, havia voltado atrás em sua decisão e já havia soltado edital para contratação de novos funcionários para o atendimento das pessoas com HIV/aids em tratamento na unidade.

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