Senado aprova projeto que obriga sigilo do diagnóstico, “um chega pra lá na discriminação”

Momento da aprovação do PL 315/21 no Senado (Reprodução)

Deputado Alexandre Padilha, presidente da frente parlamentar, agradece aos movimentos sociais que ajudaram na redação do substitutivo

Por Paulo Giacomini

Acaba de ser aprovado pelo Senado Federal, em votação simbólica, o Projeto de Lei 315/2021, que penaliza com prisão e multa, quem revelar o diagnóstico de pessoas vivendo com HIV, aids, hepatites B, C, hanseníase e tuberculose.

Para relatar o item 1 da Ordem do Dia do Senado foi designado o senador Rogério Carvalho (PT-SE), médico. Em sua relatoria, Carvalho fez apenas uma alteração.

O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) disse, após o parecer do relator de plenário, que o projeto “dá um ‘chega pra lá’ na discriminação” e no preconceito que sofrem as pessoas que vivem com HIV no Brasil. Para o senador, a aprovação do projeto é uma vitória do movimento das pessoas que vivem com HIV no Brasil.

No entanto, a incidência sobre o projeto, na Câmara dos Deputados sofreu advocacy dos fóruns de ONG/aids de São Paulo e do Rio Grande do Sul, que defendem pessoas que vivem com HIV e aids em seus estados e no Brasil.

Elogiado pelo senador Randolfe Rodrigues por sua atuação em defesa do projeto de lei na Câmara dos Deputados, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), presidente da Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento às IST, ao HIV/AIDS e às Hepatites Virais do Congresso Nacional, comemorou: “Vitória da nossa Frente! Quero agradecer muito ao movimento social de luta contra a aids, as hepatites, à tuberculose e à hanseníase, que ajudaram na Câmara a gente construir o substitutivo de minha autoria, que ampliou o texto. Grande Vitória. Muito obrigado a toda a frente parlamentar!”

Carvalho retomou a palavra para dizer que apesar os avanços no tratamento e de não transmissibilidade do HIV pelas pessoas que “quase zeram a quantidade de vírus no sangue”, as pessoas que vivem com HIV sofrem todo tipo de preconceito todos os dias.

Randolfe Rodrigues ainda pediu a palavra para dizer que estamos no dezembro vermelho, iniciado pelo Dia Mundial de Luta contra a AIDS, que este é um projeto humanitário e, por isso, “rogo pela sanção do sr. Presidente da República” sem vetos.

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