Prêmio José Araújo Lima Filho homenageia ativismo e luta por direitos humanos

O Prêmio José Araújo Lima Filho. Foto: Divulgação

Estão abertas as indicações para a edição 2021 ao “Prêmio José Araújo Lima Filho de Ativismo e Direitos Humanos”. A premiação homenageia pessoas e organizações que atuam na luta contra a aids e em defesa dos direitos humanos na cidade de São Paulo.

Em sua segunda edição, o “Prêmio José Araújo Lima Filho de Ativismo e Direitos Humanos” será concedido em oito (8) categorias, além de uma nova nona categoria, que vai premiar ações desenvolvidas nestes tempos de pandemia:

Pesquisas: Será premiada uma das pesquisas/estudos em desenvolvimento em IST/HIV/Tuberculose de âmbito nacional, estadual ou municipal, que impactam diretamente na vida de quem vive com HIV/aids;
ONG: Vamos reconhecer o trabalho de organizações não governamentais que trabalham diretamente com a valorização da vida e das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social, em especial, ONGs que atuam contra a aids;
Direitos Humanos: Nesta categoria irá receber o prêmio autoridade que está no legislativo lutando por direitos humanos e causas sociais;
Juventudes: Nessa categoria receberão o prêmio jovens engajados na luta contra a aids, que levam conhecimentos e informações para diminuição de estigmas e preconceitos, atuando como agentes transformadores em seus espaços de convivência;
Mobilização Social: Será premiado trabalho e/ou atuação diversa, mobilização de funcionários na defesa do serviço público de saúde em IST/HIV-Tuberculose;
Assistência: Premiar profissional ou serviço diferenciado no cuidado e acolhimento de quem vive com HIV/aids na cidade São Paulo;
Política Pública: Premiar conquista importante no âmbito nacional, a exemplo da mais recente aprovação da Lei Renato da Mata;
Pessoa Vivendo com HIV/aids: Premiar pessoa que resiste e continua na luta em defesa dos direitos humanos.
Iniciativa inovadora de ativismo em tempos de pandemia: A pandemia de covid-19 nos levou a uma reflexão sobre as novas formas de comunicação, engajamento, ativismo. Com isso, as ações precisaram ser inovadas.

Quem foi José Araújo Lima Filho
O ano de 2019 ficará marcado para sempre na história do ativismo brasileiro. Perdemos em setembro, aos 62 anos, um ícone da luta contra a aids, nosso querido José Araújo Lima Filho. Sua luta, atuação e trajetória em defesa das pessoas vivendo com HIV/aids jamais serão esquecidas. Foram mais de 30 anos de mobilização social e construção de políticas públicas. Polêmico, determinado e grande entusiasta do SUS, José Araújo esteve à frente de mobilizações em defesa dos direitos humanos e da saúde pública.

Sua militância em defesa das pessoas vivendo com HIV/aids começou no início dos anos 1990, na recepção do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids de São Paulo. Araújo foi um dos responsáveis por reunir pacientes para troca de experiências e solidariedade, levando boa parte dessas pessoas para o GIV – Grupo de Incentivo à Vida. Não apenas participou da criação da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+), em 1995, como foi um dos responsáveis por trazer ao País a ideia da formação de uma rede de pessoas vivendo com HIV/aids. Trabalhou no acolhimento de crianças com HIV e foi coordenador geral da Associação François Xavier Bagnoud do Brasil (AFXB).

Por décadas foi parceiro de diversas organizações no Japão, proporcionando trocas de experiências de prevenção e autocuidados entre brasileirEs lá residentes. Durante anos atuou fortemente na luta pela garantia de direitos de participantes de pesquisas clínicas nos comitês de ética em diversas instituições de pesquisa e, também, na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional de Saúde.

Com uma trajetória sublinhada por gritos em defesa da humanidade, a resistência era a marca de José Araújo Lima Filho. Sem meias palavras quando denunciava o que não ia bem, em sua opinião, Araújo fazia questão de cobrar gestores e políticos publicamente.

Seus últimos anos de vida foram dedicados ao EPAH (Espaço de Prevenção e Atenção Humanizada),    à Conep e na coordenação do Movimento Paulistano de Luta contra a Aids (Mopaids), que dividia com seus companheiros do GIV, Claudio Pereira, e do Instituto Vida Nova, Américo Nunes Neto.

“Temos a missão de dar continuidade ao legado que ele deixou. A luta contra a aids perdeu um de seus maiores defensores, mas a memória de Araújo continuará presente no movimento social de luta contra a aids”, justifica Américo, criador do “Prêmio José Araújo Lima Filho de ativismo e direitos humanos” para o Mopaids.

Indicação e prêmio
Até o próximo dia 14 de ouburo é possível indicar pessoa ou ONG da cidade de São Paulo ao prêmio. Acesse aqui o formulário para fazer a sua indicação. A apuração está programada para o dia 18 de nvoembro, mas o resultado das Indicações será conhecido apenas no dia da premiação, no próximo dia 3 de dezembro, em local a ser definido pela organização.

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