Visibilidade lésbica: Grupos pedem censo nacional para lésbicas

Casal de lésbicas. Foto: Love vector created by freepik - www.freepik.com

Neste Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, grupos de mulheres lésbicas pedem, nas redes sociais, “mapeamento nacional de lésbicas e sapatão” (sic). Segundo os cards divulgados, três motivos são destacados. Em um deles, elas argumentam que 32,6% dos crimes contra a população LGBT+ são contra lésbicas. “A lesbofobia ocupa a segunda posição em registros de violências, mas esse dado não tem sido suficiente para o planejamento, a implementação ou efetivação de políticas públicas e sociais específicas para o apoio às vítimas, punição de agressores e prevenção das violências lesbofóbica”.

Para as associações que assinam o card, “o mapeamento inédito do LesboCenso Nacional torna-se ainda mais relevante, pois busca a sistematização de informações sobre os corpos, as práticas e as experiências da população lésbica e sapatão no País”.

A sequência de cards é assinada pelo Lesbo Censo, o Coturno de Vênus – Associação Lésbica Feminista de Brasília e a Liga Brasileira de Lésbicas (LBL). Abaixo, as três principais razões pelas quais as lésbicas pedem o mapeamento nacional. Confira:

  1. Nem o censo do IBGE, nem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua perguntam a orientação sexual ou a identidade de gênero das pessoas. As lésbicas e sapatão são identificadas apenas se estiverem casadas ou em união estável com a responsável pelo domicílio. Por isso, os dados oficiais existentes são limitados e insuficientes para estimar o número populacional e as características demográficas da população de lésbicas e sapatão.
  2. Há um apagamento histórico sobre questões relacionadas à saúde de lésbicas e sapatão. Os cuidados em saúde são direcionados às mulheres heterossexuais e, quando se trata de IST/HIV/Aids, há uma hipervisibilidade e patologização da homossexualidade masculina, resultando em ações voltadas para esse público, enquanto para as lésbicas não há dados epidemiológicos e políticas públicas de saúde voltadas para prevenção e tratamento.
  3. Dados publicados na pesquisa de Isabella Vidral Pinto (et al.) em 2020 mostram que, no período de 2015 a 2017, foram registradas 24.564 notificações de violências contra a população LGBT+ no Brasil. Do total, 46,6% eram transexuais ou travestis e 32,6% lésbicas e sapatão, sendo 25% gays. Ou seja, a lesbofobia ocupa a segunda posição em registros de violências, mas esse dado não tem sido o suficiente para o planejamento, a implementação ou efetivação de políticas públicas e sociais específicas para o apoio às vítimas, punição de agressores e prevenção das violências lesbofóbicas.

Cerca de 50 organizações apoiam o LesboCenso, que será lançado neste domingo, às 15h, no YouTube do LesboCenso Nacional.

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