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1ª rede de PVHA do Brasil divulga posicionamento sobre eleições e atual crise político-institucional
Por Paulo Giacomini
A Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+Brasil) divulgou no início desta tarde, documento em que se posiciona sobre as eleições e a atual crise político-institucional brasileira.
É a primeira vez, desde 1995, quando foi criada, que a primeira rede de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) do País se manifesta abertamente sobre as eleições, embora sua secretaria nacional tenha feito um vídeo, em 2018, contra o voto no atual presidente da República e tenha lançado, no início do governo Bolsonaro, a campanha "Não sou despesa", quando o recém-empossado disse que as pessoas com HIV representavam despesa para o governo brasileiro.
Segundo o documento divulgado hoje, a RNP+, "embasada nos Direitos Humanos, no Estado de Direito e no lema "antes nos escondíamos para morrer, hoje nos mostramos para viver", a RNP+ Brasil afirma que isso somente é possível numa democracia".
"Neste sentido, candidatos que desprezam mulheres e negros, a comunidade LGBTQIAP+, e também as populações privadas de liberdade constituem enorme perigo para a construção de uma sociedade justa, solidária e sem preconceitos", argumenta a rede, que cita inquérito que o Supremo Tribunal Federal (STF) acatou contra o presidente, que afirmou em “live” "que uma vacina contra a covid-19 poderia causar aids".
A RNP+Brasil afirma que "o preconceito e a discriminação alimentam a expansão da epidemia" e que o atual governo federal "extinguiu" o Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais (DIAHV) "transformando-o numa coordenadoria" do Departamento de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI).
O documento da RNP+ refere-se, ainda, ao descumprimento da lei 9313/96, relacionado à falta de revisão anual do protocolo clínico e diretrizes terapêuticas (PCDT) para o tratamento do HIV durante todo o governo Bolsonaro.
Para a RNP+, apesar do acesso universal ao tratamento antirretroviral, "graças à Constituição de 1988, ao SUS e à Lei 9.313/96", os problemas permanecem: 10.700 mortes anuais por aids; 37.000 novos casos anuais de aids; 43.000 novos casos anuais de HIV; "ou seja, mais de 90.000 fracassos anuais!"
Por isso, a RNP+ Brasil "aconselha as pessoas vivendo e convivendo com HIV ou aids a não votar nestas eleições em candidatas e candidatos que desrespeitem as pessoas vivendo com HIV ou aids, mulheres, a população afro-brasileira, a população LGBTQIAP+ e a democracia".
"Também recomendamos que votem em candidatos que apoiem o aumento dos recursos do SUS e que não apoiem candidatos que defendam o contingenciamento ou redução cada vez maior de recursos destinados à saúde, educação, ciência e proteção social."
"Pedimos que votem pela Democracia e pela retomada do caminho do bem-estar social; que votem pelo bom senso, pela ciência e para que todas as pessoas, em toda a sua diversidade, possam unidas, e de uma vez por todas, por fim a esse período nefasto. Viva a Vida! Viva a Democracia!"
O posicionamento da RNP+Brasil está disponível no site da rede.
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