Secretaria Municipal da Saúde de SP responde a questionamentos

Traseira do CTA da Cidade (Foto: P. Giacomini)

Em nota, a Coordenadoria de IST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, respondeu a questionamentos feitos por Saúde Pulsando no domingo (28). As questões foram feitas em reportagem publicada logo após a reportagem do site não ter podido entrar no CTA da Cidade, Centro de Testagem e Aconselhamento itinerante que estava sendo inaugurado naquele dia.

Na reportagem sobre a inauguração da unidade móvel Saúde Pulsando pergunta “por que a atenção dispensada às pessoas vivendo com HIV ou com aids não é equivalente a dispensada àquelas que recebem a PrEP na rua? Por que as pessoas em tratamento na Rede Municipal Especializada (RME) IST/Aids não têm equipamentos e profissionais suficientes para que suas consultas e exames não demorem tanto tempo? Qual é a taxa de abandono da terapia antirretroviral na RME IST/Aids? Qual a taxa de abandono do acompanhamento clínico no SAE Líder II diante dos oito meses para consulta e a realização de exames?”

A seguir você confere a nota da gestão da política de aids na cidade de São Paulo, na íntegra.

 

“A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da Coordenadoria de IST/Aids, esclarece que as pessoas que iniciam a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) em unidade móvel são encaminhadas para uma unidade especializada de sua escolha.

A SMS destaca que, em 2016, uma pessoa diagnosticada com HIV levava até 180 dias para iniciar a terapia anti-retroviral (sic) protocolada pelo Ministério da Saúde, que, atualmente, leva-se menos de 14 dias, segundo dados de outubro/2021. Na média, são seis dias.

A SMS acrescenta que os Serviços Ambulatoriais Especializados em HIV/Aids (SAE) da cidade têm quadros de profissionais altamente qualificados para a atenção especializada, compondo uma rede de serviços que se mantém há 30 anos na administração direta, com portas abertas, sem restrições de atendimento, inclusive em tempos críticos da pandemia de Covid-19.

Atualmente, são mais de 45 mil pessoas em seguimento na Rede Municipal Especializada (RME), com um gap (pessoas sem início de tratamento) de 2,8% e com 96% das pessoas em terapia anti-retroviral (sic) com carga viral indetectável, indicadores que demonstram a qualidade da atenção prestada nestes equipamentos.”

 

Não foram respondidas as perguntas sobre as taxas de abandono no SAE Líder II e na RME IST/Aids; não foi respondida a pergunta sobre o por que as pessoas com HIV ou aids em seguimento no SAE Líder II esperam até oito meses por uma consulta ou pela realização de seus exames.

Mais uma vez, Saúde Pulsando sublinha a importância e relevância da inauguração do CTA da Cidade, que efetivamente contribui para diagnosticar o HIV/aids e outras infecções sexualmente transmissíveis na população mais vulnerável à infecção pelo HIV. Mas considera que o CTA não reflete as condições de equipamentos e de recursos humanos disponíveis nos Serviços de Atendimento Especializacos (SAE) da RME IST/Aids.

A reportagem de Saúde Pulsando sofreu violência institucional e cerceamento da liberdade de imprensa e de expressão. Depois da reportagem publicada, o repórter recebeu telefonema no qual era questionado o título da reportagem, uma clara tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa. Não foram pedidas desculpas.

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